PORTO VELHO Tempo

COLUNHA RESENHA POLÍTICA- Falta uma boa gestão administrativa na segurança pública que priorize ações de inteligência para que os criminosos sejam identificados e retirados de circulação

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 RESENHA POLÍTICA - POR ROBSON OLIVEIRA 
 


VIOLÊNCIA 
Há tempos o crime organizado se instalou em Rondônia, especialmente na capital, com índices de violência assustadores, e só agora o governador Marcos Rocha decide mudar o comando da Secretaria Segurança Pública. Ainda assim em razão da disputa acirrada do segundo turno entre ele e o senador Marcos Rogério, senão a letargia na área permaneceria da mesma forma. A violência estadual no atual governo cresceu em todos os indicadores e, passados quase quatro anos na administração do coronel, os números são estarrecedores. Porto Velho está cada vez mais sitiada por organizações criminosas que desafiam um governador oriundo da caserna. Salve-se quem puder, é o lema.  
PODER 
Falta uma boa gestão administrativa na segurança pública que priorize ações de inteligência para que os criminosos sejam identificados e retirados de circulação. O que não é tolerável é nossa capital passar a ser controlada por facções que exercem em outros estados um poder paralelo com ramificações fortes nas estruturas de poder. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a marginalia capturou a política devido à omissão estadual em combater firme suas ramificações em seu nascedouro.  
INÉRCIA 
Antes que o pior aconteça são necessárias ações coordenadas entre as polícias, investimento em tecnologia e pulso firme para impedir que a cidade seja dominada pela marginalidade. Outra opção é aproveitar o momento político e trocar o comando estadual uma vez que a inércia tem sido a marca do governo.  
MAQUIAGEM 
Enquanto as principais áreas da administração pública são ignoradas por um governo que fez da maquiagem asfáltica sua principal ação visando tão somente as eleições, os serviços públicos se deterioram cada dia que passa. A saúde é um desastre, a educação piorando todos os índices de avaliação e a segurança uma tragédia anunciada. Os prefeitos adoraram a maquiagem, mas com as chuvas chegando no horizonte veremos até onde o asfalto aguenta.   
TAPEAÇÃO 
Como forma eleitoreira de tapeação, Marcos Rocha requenta as mesmas promessas feitas quatro anos atrás e justifica a lerdeza em não resolver até o momento estes problemas devido à pandemia. Montou um enorme palanque eleitoral com muita gente que outrora ele demonizou e, na medida que o barco for naufragando, são os primeiros a largar o coronel com o leme na mão. A impressão que passa é que estamos à deriva.  
TENDÊNCIA 
Embora haja uma incredulidade coletiva entre os rondonienses em relação às pesquisas, há também uma expectativa em vê-las publicadas, mesmo quando não agradam às partes. A primeira delas publicada ontem revelou uma disputa bem apertada entre Marcos Rocha e Marcos Rogério. No entanto, é também a primeira em que Rogério aparece numericamente à frente de Rocha. Quem tem o mínimo de intimidade com pesquisas percebe de longe a tendência que uma campanha segue independentemente das eventuais disparidades dos números apurados. Quando a curva de um é ascendente e a outra descente, o resultado, caso a velocidade não seja estancada, é consolidar a subida. Ademais, numa eleição plebiscitária os dados colhidos e tabulados são menos propícios a erros. Para ser proclamado o vencedor basta um votinho de diferença no cômputo geral entre os candidatos. Pelos números divulgados acendeu o sinal amarelo de Rocha.  
ESTRATÉGIA 
Os adversários do governador aproveitaram a ausência de Marcos Rocha ao debate promovido por uma emissora na capital para tirar casquinha pelo não comparecimento do candidato ao confronto com Marcos Rogério. Ambos estão estrategicamente corretos, seja Marcos Rocha por não comparecer, seja Marcos Rogério em explorar a ausência do adversário. No fundo não muda em nada a equação eleitoral, embora o debate em si ajude às manchetes no dia seguinte. Quem perde somos nós, mídia. O ideal seria um pool das emissoras para que os debates sejam mais proveitosos, visto que o atual modelo está obsoleto.  
MEDIDAS 
Bastou a primeira viagem política à Brasília, após ser eleito senador por Rondônia, para que Jaime Bagattoli (PL) revelasse o comportamento político que vai imprimir depois de empossado. Ao trocar três palavras com este cabeça chata no aeroporto, Bagattoli não perdeu tempo para vaticinar que as urnas sem o voto impresso podem sofrer interferências. Perguntado se as urnas que lhe deram a vitória sobre Mariana Carvalho estão intactas ou sofreram interferência, o senador eleito desconversou e saiu de perto deste cabeça chata com ar de desagrado. São dois pesos e duas medidas a posição do senador, desde que o resultado não lhe seja desfavorável.  
SIGNIFICADO  
Nos próximos quatros anos nossa bancada no Senado Federal tem tudo para se destacar nos noticiários nacionais e locais. Os dois prováveis novos senadores que podem nos representar são pessoas fora do espectro da política e aparentemente sem a mínima noção da exata importância do que significa a Casa Alta do Congresso Nacional.  
VERGONHA 
Quando estes novos senadores rondonienses forem instados a expressar as suas opiniões sobre temas de importância nacional vão terminar virando uma espécie de figuras folclóricas que vez por outra passam sem deixar lembrança naquela casa senatorial. Rondônia sempre foi pródiga em eleger tais personagens. Houve um que propôs açoitar ladrão de galinha em praça pública como meio de ressocialização. Outro, ex-dono de um jornal da capital, abordava os colegas com propostas tão inusitadas que deixavam “mensaleiro” com vergonha.   
SASSÁ 
Caso não reveja algumas posições e adote prudência no que fala, Jaime Bagattoli pode virar uma espécie de senador “zumbi”. Ninguém consegue um desempenho respeitoso no Senado Federal falando besteiras ou com comportamento estridente. Dizem até que nosso senador eleito é dado a atitudes comportamentais mais acerbas quando suas opiniões não são assimiladas. Algo que sendo verdade trará muito desconforto na atividade parlamentar. É preciso ponderação e juízo para não ficar conhecido entre os pares como mais um “Sassá Mutema”.  Perfil, é o que não lhe faltará para o figurino.  
PERDEDOR 
Entre os prefeitos que colocaram familiares na disputa eleitoral o mais perdedor foi o de Ji-Paraná, Isaú Fonseca. Além de não conseguir eleger o filho, Negão Isaú, o alcaide teve que engolir seco a vitória de três desafetos do município que conseguiram a eleição para a Assembleia Legislativa. A continuar pregando discordância e insultos contra as lideranças de Ji, em dois anos quem pode ser derrotado nas urnas é o próprio prefeito.  
PANCADARIA 
Com a polarização da campanha nacional e com a rivalidade cada dia mais acirrada com a pancadaria comendo solta, nos estados, não poderia ser diferente, a troca de sopapos está dando o tom das campanhas. Já era uma tática superada do passado que foi reciclada no presente em razão das redes sociais que trouxeram de volta a mentira como nova verdade. Várias são as teorias sobre a “nova verdade” a partir da disseminação de uma informação como verdadeira fosse e de tão compartilhada vira verdade. Agora, com a era digital cada vez mais presente em nossas vidas, ingressamos na era do metaverso.  Mas esta fica com as suas plataformas e os seus avatares para a próxima campanha.  
LAMENTAÇÃO 
Preocupado com a repetição dos votos no número 22, Marcos Rocha, do União Brasil, lamentou na TV em não poder usar e abusar do nome de Bolsonaro na campanha de reeleição. Como fez em 2018 para vencer Expedito Junior. Na época, Rocha ingressou na justiça para manter a supremacia do DNA Bolsonaro, e conseguiu êxito.  
DISSIMULADO 
Nesta campanha, tentou em vão usar a mesma estratégia mais foi impedido pela legislação uma vez que o partido de Bolsonaro (PL) tem candidato próprio em Rondônia, que exatamente Marcos Rogério. Daí levou ao seu programa a queixa: “muita gente estranhou o fato de eu não pedir votos para o presidente aqui no meu programa eleitoral. Provavelmente receberei uma multa pelo que vou dizer agora, mas a verdade precisa ser dita: no início da campanha, mesmo sabendo que o presidente precisaria do maior número de votos no Brasil, os advogados do candidato Marcos Rogério, a seu pedido, entraram com ação, proibindo que eu pedisse votos para o presidente. Fui proibido, legalmente, de pedir votos. E duas músicas da minha campanha foram censuradas por tentar ajudar o capitão!”. Tudo dissimulação, por coincidência, em 2018, coube ao coronel impedir na mesma justiça o candidato a senador Marcos Rogério usar o nome do capitão em sua campanha. Rogério, agora, deu o troco na mesma medida. E com a mesma banca jurídica que em 2018 Rocha logrou êxito. Como diz o adágio: "uma dia da caça o outro do caçador". 

 

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