As mudanças físicas, sociais e mentais que acontecem durante a infância e adolescência podem gerar danos e causar vulnerabilidade na saúde mental de crianças e adolescentes. Pensando nisso, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), por meio do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Caps I), realiza, mensalmente, a psicoterapia em grupo, uma atividade que visa intensificar os atendimentos psicológicos e promover a saúde mental e bem-estar social do público infantojuvenil.
Os encontros terapêuticos fazem parte do calendário de atuação do Caps I, que realiza as atividades de psicoterapia mensalmente. As ações haviam sido interrompidas devido a pandemia da Covid-19, onde todos os esforços da Semusa se concentravam em salvar vidas. Neste ano, a terapia em grupo retornou às atividades e já está em sua sétima reunião, que reúne mais de 70 participantes, entre pacientes, pais ou responsáveis e profissionais da saúde.
Entre os temas abordados durante encontro em grupo estão: o desenvolvimento interpessoal com foco na interação social, estabilidade emocional, bullying, conflitos familiares, depressão e ansiedade. A psicóloga do Caps I, Eunice Helena Rodrigues Cordenuzzi, explica que as atividades são pensadas estrategicamente para auxiliar os jovens a desenvolver habilidades que visam a promoção da saúde mental.
“É uma oportunidade que nós encontramos de trazer esses adolescentes mais vezes às terapias. Tendo em vista suas dificuldades em socializar, muitos se sentem sozinhos, rejeitados e não compreendidos. O objetivo principal dos encontros terapêuticos é ajudá-los a lidarem com seus sentimentos promovendo saúde e bem-estar mental”, afirma.
A psicoterapia em grupo também é realizada com os pais e responsáveis, por meio de palestras e dinâmicas, onde os pais ficam à vontade para compartilhar vivências e trocar experiências. De acordo com a psicóloga Elizabeth Guzman Hurtado, as ações voltadas aos familiares dos pacientes têm o objetivo de estabelecer um relacionamento saudável entre pais e filhos promovendo o equilíbrio mental de todos.
“Analisando a angústia dos pais em observar o sofrimento de seus filhos, este espaço foi pensado especialmente para cuidar da saúde mental deles também. Para que possam ajudar as crianças e os adolescentes e aprender a trabalharem em conjunto com suas emoções. A participação da família é muito importante neste processo”, declara a psicóloga do Caps I.
Além dos encontros em grupo, os serviços psicossociais também são realizados diariamente, de forma individual. O Caps I é referência no atendimento especializado para crianças e adolescentes de 5 a 16 anos. A unidade conta com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, preparados para atender uma série de demandas como transtornos psicológicos, tentativas de suicídio e automutilação, distúrbio bipolar e doenças neurobiológicas como autismo, que é uma das mais prevalentes.
“Eu vi no acolhimento da unidade um bálsamo em nossas vidas, sempre nos dando suporte e amparo. Os grupos têm sido muito importante tanto para a melhoria das crianças como para nós pais, assim conseguimos aprender mais a lidar e como compreender melhor os nossos filhos. Minha eterna gratidão ao Caps I”, destaca Fabia.
ASSISTÊNCIA
A unidade referência no atendimento infantojuvenil é especialista no tratamento e diagnóstico de transtornos mentais graves e severos. Para buscar por serviço psicossocial, os pais ou responsáveis devem comparecer ao Caps I acompanhados dos documentos oficiais com foto e documentos da criança, comprovante de residência e cartão do SUS. A unidade funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, na rua Dom Pedro II, 2687, São Cristóvão.
Texto: Jainni Victória (sob supervisão de Taís Botelho)
Foto: Semusa