A Folha de S.Paulo se colocou contra a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. A posição do jornal em relação à prisão preventiva do ex-presidente é, no mínimo, questionável. Alegar que “os recentes desdobramentos na investigação sobre o suposto desvio de joias e presentes recebidos por Jair Bolsonaro (PL) enquanto era presidente não justificariam neste momento uma eventual prisão preventiva do ex-mandatário” é uma visão que, infelizmente, parece ignorar a gravidade dos eventos envolvendo o ex-presidente.
Primeiro, é importante lembrar que a prisão preventiva não é uma punição antecipada, mas sim uma medida cautelar destinada a evitar que o investigado obstrua a justiça, fuja do país, ou continue a cometer crimes enquanto aguarda julgamento. E, no caso de Bolsonaro, os indícios de ocorrência de crime estão longe de serem irrelevantes.
A Polícia Federal realizou buscas contra pessoas próximas a Bolsonaro e o apontou como suspeito de um esquema para vender bens no exterior e receber os valores em dinheiro vivo. Além disso, solicitou a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Isso por si só já representa um indício significativo de irregularidades graves que justificariam a prisão preventiva. Mas há mais.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, decidiu confessar a participação na venda das joias e declarar que agiu por ordem de Bolsonaro. Embora sua versão tenha mudado algumas vezes, essa confissão coloca o ex-presidente em uma posição muito delicada. A defesa de Bolsonaro pode alegar inocência, mas a confissão de um envolvido direto é um indício sério o suficiente para justificar a prisão preventiva.
Além disso, o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto à CPI do 8 de janeiro, no qual ele alegou que a campanha de Bolsonaro planejou forjar a invasão de uma urna eletrônica, é outra questão que deve ser considerada. A alegação de que Bolsonaro estaria envolvido em um plano para minar a confiabilidade do sistema eleitoral é extremamente grave e, se comprovada, poderia representar uma ameaça à ordem pública.
A prisão preventiva não é uma medida a ser tomada levianamente, mas neste caso, há indícios sérios de que Bolsonaro pode representar um risco para o andamento das investigações, especialmente considerando seu histórico de desafiar as instituições democráticas.
Alegar que não há fundamentos para uma prisão preventiva neste momento parece ignorar a gravidade dos eventos e o potencial risco que Bolsonaro pode representar. Além disso, é importante destacar que a prisão preventiva não implica necessariamente uma condenação antecipada. É uma medida para garantir a integridade das investigações e a ordem pública. Portanto, não é apenas a quantidade de elementos que deve ser considerada, mas também a gravidade dos indícios e o risco que o investigado representa.
A posição da Folha de S.Paulo contra a prisão preventiva de Bolsonaro parece ignorar a gravidade das acusações e os indícios significativos de sua participação em atividades ilegais. Em um estado de direito, ninguém está acima da lei, e a justiça deve seguir seu curso, independentemente do cargo anterior de um indivíduo. A prisão preventiva é uma medida legítima e necessária neste caso, dada a natureza das acusações e os indícios disponíveis.
Fonte: Brasil247